Instituto Ricardo Brennand

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Cartão corporativo: R$ 80 milhões torrados em 2010

Em 2010, último ano do reinado de Lula, o governo torrou R$ 80 milhões com cartões corporativos – R$ 15 milhões a mais que em 2009. Um recorde.

Deve-se a compilação das despesas ao repórter Milton Júnior, do sítio Contas Abertas.

Criados em 2001, sob FHC, os cartões sorveram desde então da bolsa da Viúva notáveis 357,6 milhões de reais.

A repartição mais estróina é a Presidência da República. Responde pelo grosso das despesas: 105,5 milhões de reais nos últimos nove anos.

O governo se jacta de ter levado as despesas ao “portal da transparência”. Esquece-se de mencionar, porém, um famigerado detalhe.

Nada menos que 93% dos dispêndios feitos com cartões são sigilosos. Sabe-se que a grana saiu. Mas ignora-se o seu destino.

Sonega-se da platéia o essencial sob a seguinte alegação: os dados são “protegidos por sigilo, para garantia da segurança da sociedade e do Estado”.

No topo do ranking de gastadores de 2010 encontra-se o Ministério do Planejamento, que triplicou as despesas em relação a 2009: R$ 19,3 milhões.

Aqui, ao menos, há uma explicação palusível. O salto é atribuído ao manuseio de cartões por agentes contratados pelo IBGE para a realização do censo.

Sozinho, o IBGE respondeu por quase 90% do aumento de R$ 15 milhões anotados em 2010.

Logo a seguir vem a Presidência, com gastos totais de R$ 18,9 milhões. Tudo protegido sob o manto do sigilo.