Instituto Ricardo Brennand

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Ataques a computadores do governo alemão quase duplicaram em 2010

O Ministério do Interior da Alemanha está preocupado com o forte aumento dos ataques a computadores governamentais. O Departamento Federal de Proteção à Constituição (BfV, na sigla em alemão) registrou entre janeiro e setembro 1,6 mil ataques, a maioria deles é proveniente da China. Em todo ano de 2009, foram registrados 900 ataques. "Há um aumento acentuado nos chamados ataques eletrônicos a redes do governo alemão", disse na segunda-feira (27/12) um porta-voz do Ministério do Interior alemão.

O governo alemão planeja, por isso, a criação no ano que vem de um "Centro Nacional de Defesa Cibernética". O porta-voz do ministério acrescentou que o centro deve ser acoplado ao Serviço Federal de Segurança em Tecnologia da Informação e deverá cooperar com o BfV, o Serviço Federal de Informações (BND, na sigla em alemão), e também com outros órgãos do governo, da indústria e de serviços de internet. "Não será criado um novo órgão estatal", ressaltou o porta-voz. "A ideia é agrupar todo o know-how já existente no domínio da defesa cibernética".


Tentativas chinesas

As tentativas chinesas de infiltração para espionagem de dados internos acontecem por e-mail. Quando anexos são abertos, um programa espião é instalado no computador alemão e estabelece uma conexão com a China, para transmitir os dados recolhidos. O mais recente relatório de inteligência admite indiretamente o sucesso dos atacantes. "Os ganhos para o lado chinês parecem predominar", diz o documento.

"Devemos proteger o nosso conhecimento", disse o comissário Tajani. Ele afirmou ser necessária cautela especial principalmente em relação a tentativas de incorporação de empresas de tecnologia. Nesses casos, segundo ele, é necessário que as autoridades desconfiem. O italiano vê por trás da aquisição seletiva de empresas de alta tecnologia por chineses ou fundos estatais árabes "uma estratégia política contra a qual a Europa também tem de responder politicamente".

Da Deutsche Welle.