Instituto Ricardo Brennand

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Filho de vítima de Battisti escreve carta e tentará entregá-la à Dilma

Adriano Sabbadin teve seu pai assassinado em 1979 pelo ex-ativista Cesare Battisti, e agora quer justiça e que o italiano seja mandado de volta para o país.


A extradição foi negada pelo ex-presidente Lula no seu último dia de governo.

Agora, Adriano escreveu uma carta que ele tentará chegar à presidente Dilma, por meio do Consulado italiano


Leia abaixo a carta traduzida pelo SRZD:


"Me chamo Adriano Sabbadin, moro em Santa Maria di Sala, perto de Veneza, e escrevo a todos os brasileiros, porque me senti verdadeiramente, profundamente ferido da decisão do Lula de não extraditar Cesare Battisti. Trinta anos atrás, Battisti matou o meu pai. Não quero vingança, mas espero justiça e não a tive.

Battisti foi condenado à prisão perpétua por quatro homicídios: meu pai, Lino Sabbadin, o joalheiro Torregiani, o diretor da guarda penitenciária de Udine, Antonio Santoro, e o policial milanês Andrea Campagna, por três ferimentos e por numerosos roubos e pequenos delitos.

O Tribunal não aceitou de conceder a Battisti diminuições na pena porque se lê na sentença 'estava presente na quadrilha armada do início ao fim, colocou à disposição dos companheiros políticos a sua experiência adquirida com pessoas que não respeitam as leis, sempre foi conhecido pela sua determinação em matar, não exitou uma vez em assassinar'.

Depois de só um ano preso, fugiu e se refugiou primeiro em Puerto Escondido, depois na França e agora no Brasil, onde pode se tornar livre.

Ninguém jamais poderá tirar da minha cabeça aquela tarde de 16 de fevereiro de 1979. Meu pai, ajudado da minha mãe, estava servindo alguns clientes do nosso açougue.

Eu estava ao telefone atrás do balcão e do nada escutei alguns disparos de pistola no ouvido. Fugi para o segundo andar, onde tinha a nossa casa. Pouco tempo depois, vi alguns homens se distanciando correndo em um carro.

Quando entrei no açougue, vi a minha mãe, com o avental branco todo vermelho de sangue e o meu pai estava no chão, em uma poça de sangue.