Instituto Ricardo Brennand

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O que a imprensa internacional está dizendo da campanha presidencial do Brasil

Do Liberal, de Cabo Verde

Matéria transcrita conservando a forma portuguesa original.

Dilma foi incapaz de apresentar qualquer projecto para além do compromisso de prosseguir o essencial das políticas (por vezes contraditórias) expressas nos mandatos de Lula da Silva; com Serra ressurgiu o caciquismo, ainda com fortes raízes na sociedade brasileira.
Dilma e Serra fizeram uma campanha obscura  
Com as sondagens a darem larga vantagem a Dilma Roussef sobre José Serra (mais de 10 pontos) termina a campanha eleitoral para a segunda volta das Presidenciais no Brasil.

A confirmarem-se estes dados, Dilma será eleita no domingo sucessora de Lula da Silva na Presidência da República e a continuidade do lulismo fica assegurada.

Para muitos observadores, esta terá sido uma das piores campanhas da história, marcada por ataques sem medida, e de baixo nível, de uma a outra parte: valeu quase tudo, até o mais indecoroso. E as ideias, as questões programáticas ficaram quase de todo arredadas.

Se Dilma foi incapaz de apresentar qualquer projecto para além do compromisso de prosseguir o essencial das políticas (por vezes contraditórias) expressas nos mandatos de Lula da Silva, com Serra ressurgiu o caciquismo, ainda com fortes raízes na sociedade brasileira, chegando a fazer lembrar os tempos velhos “coronéis” e seus jagunços.

Serra foi incapaz de congregar os diversos sectores adversos ao pêtismo, unindo-os num corpo coerente e estruturando a Direita brasileira. Dilma, por seu turno, não conseguiu libertar-se de um populismo acrítico, salgado de demagogias e também ele ziguezagueante de contradições.

Pelo meio, ficou a ascensão e implosão de um “movimento verde”, de expressão ecologista, que pareceu cheio de vigor na primeira volta das Presidenciais mas depois soçobrou nas tormentosas vagas do tráfico político.

Domingo, os brasileiros vão a votos.